Gajas...
Durante anos vivi numa casa só com mulheres. Uma residência universitária. Na altura ainda não se juntavam rapazes e raparigas, embora eles passassem a vida a fazer-nos visitas que frequentemente se prolongavam pela noite e até de manhã. Quem tinha a sorte de ter um quarto só para si - as finalistas - tinha um pouco mais de privacidade, mas a sala de convívio e a cozinha eram comuns, portanto passávamos a vida a dar de caras umas com as outras. E a discutir. E a comentar a vida umas das outras e umas com as outras.
Coisas de gajas. E tudo servia para discutir ou para comentar. Os homens, claro. A falta de gosto de uma, as mini-saias-cinto da outra, a do quarto 234 que disse mal da vizinha do lado, a outra que deixava a loiça suja durante semanas, a de farmácia que tinha mau hálito, a de letras que ia para cama com todos. Depois, à hora do jantar, lá estávamos, felizes e sorridentes, enfiadas nos livros na altura dos exames, amigas para a vida, se fosse preciso.
Desses tempos só me ficou uma amiga. Às outras perdi-lhes o rasto, talvez porque nunca mais fui capaz de confiar nelas. Demasiadas mulheres juntas dá nisto. É verdade, a frase é do mais machista que há. E suponho que nem sequer tenha de ser sempre assim, mas comigo foi. A experiência voltou a repetir-se no meu primeiro emprego, onde só havia um homem e uma dez mulheres, e em várias outras ocasiões, durante mais ou menos tempo.
O assunto é recorrente, mas quando querem as mulheres conseguem ser as maiores filhas da puta umas para as outras. Somos mais competitivas umas com as outras, raramente resistimos a uma boa cusquice e quando há um homem no meio aí as coisas ficam ainda piores. Desperta-se o demónio que há em cada uma de nós e lá vamos. Levamos tudo pela frente e a desgraçada que se meter no meio pode ter a certeza que tem os dias contados.
Depois até pode ser que nos arrependamos, mas nunca, mesmo nunca, o reconheceremos. Se calhar também mandamos o tipo dar uma volta, porque descobrimos que não nos interessa e que é um idiota chapado, mas enquanto não conseguimos o que queremos não descansamos.
Outro caso sério é quando aquela imbecil do quinto andar tem o azar de vir dizer mal da nossa melhor amiga. Está feita. Porque também conseguimos ser fiéis às nossas amizades - desde que não apareça um homem pelo meio, porque aí não ponho as mãos no fogo por ninguém.
Claro que a dose de filhadaputisse varia e o empenho que pomos no assunto também, mas a coisa está-nos nos genes. Há as que partem a loiça toda, as mais reservadas que só contam às amigas, as outras ainda que só escrevem no diário, mas quem nunca passou por uma destas, que venha e atire a primeira pedra...
Coisas de gajas. E tudo servia para discutir ou para comentar. Os homens, claro. A falta de gosto de uma, as mini-saias-cinto da outra, a do quarto 234 que disse mal da vizinha do lado, a outra que deixava a loiça suja durante semanas, a de farmácia que tinha mau hálito, a de letras que ia para cama com todos. Depois, à hora do jantar, lá estávamos, felizes e sorridentes, enfiadas nos livros na altura dos exames, amigas para a vida, se fosse preciso.
Desses tempos só me ficou uma amiga. Às outras perdi-lhes o rasto, talvez porque nunca mais fui capaz de confiar nelas. Demasiadas mulheres juntas dá nisto. É verdade, a frase é do mais machista que há. E suponho que nem sequer tenha de ser sempre assim, mas comigo foi. A experiência voltou a repetir-se no meu primeiro emprego, onde só havia um homem e uma dez mulheres, e em várias outras ocasiões, durante mais ou menos tempo.
O assunto é recorrente, mas quando querem as mulheres conseguem ser as maiores filhas da puta umas para as outras. Somos mais competitivas umas com as outras, raramente resistimos a uma boa cusquice e quando há um homem no meio aí as coisas ficam ainda piores. Desperta-se o demónio que há em cada uma de nós e lá vamos. Levamos tudo pela frente e a desgraçada que se meter no meio pode ter a certeza que tem os dias contados.
Depois até pode ser que nos arrependamos, mas nunca, mesmo nunca, o reconheceremos. Se calhar também mandamos o tipo dar uma volta, porque descobrimos que não nos interessa e que é um idiota chapado, mas enquanto não conseguimos o que queremos não descansamos.
Outro caso sério é quando aquela imbecil do quinto andar tem o azar de vir dizer mal da nossa melhor amiga. Está feita. Porque também conseguimos ser fiéis às nossas amizades - desde que não apareça um homem pelo meio, porque aí não ponho as mãos no fogo por ninguém.
Claro que a dose de filhadaputisse varia e o empenho que pomos no assunto também, mas a coisa está-nos nos genes. Há as que partem a loiça toda, as mais reservadas que só contam às amigas, as outras ainda que só escrevem no diário, mas quem nunca passou por uma destas, que venha e atire a primeira pedra...
20 Comments:
pimba uma pedra!
para ja...
deve ser por isso, minha cara T&V, que eu tenho mais amigos homens...ai deve, deve...mas as minhas poucas AMIGAS são-no e pronto. E que ninguém se atreva a dizer mal delas ao pé de mim e te garanto que gajo nenhum no mundo consegue meter-se entre nós! Mainada...
acho que no fundo, no fudo, no fim da história, as amigas que são amigas ficam amigas. gajos há aos pontapes, amigos verdadeiros nem por isso. e mais vale ficarmos fo$#%&% e mostrarmos que ficamos do que remoer e continuar alegremente a fingir que nada se passou. mostrar que temos sentimentos é um acto de coragem, sejam eles que sentimentos forem. infelizmente não temos só sentimentos bonitos. é de emoções que somos feitos, n de razão. e qdo o coração chora...
mas que somos umas putas umas para as outras, em geral, isso somos.
e tem dias que somos de uma solidariedade de fazer inveja, nos maus e acima de tudo nos bons momentos. há por aí mto boa gente que só se aproxima nos maus momentos. e nos bons, ficarem contentes por nós e connosco, é tão ou mais importante, digo eu.
Eu costumo dizer que, salvo raras excepções, as gajas são insuportáveis!!! Então quando se juntam muitas transforma-se num inferno!! E o pior é que não digo isto a brincar...
Concordo inteiramente contigo sol...e juntas são um bando de galinhas para as quais não há mesmo pachorra:)...
Acho que fomos criadas pra ser assim. A mulher ficava na toca, sozinha, enquanto o homem caçava e encontrava seus iguais. Tinha que estabelecer um mínimo de relações públicas. E logo descobriu que formando bandos coesos a coisa ia melhor. Nós não. Bastava limpar a caça e cuidar da prole. Mas isso é só uma teoria. Em todo caso, é sempre bom fazer a pergunta sherlokiana: " a quem interessa a idéia de mulher competitiva e egoísta?" As respostas podem surpreender :)
De facto, voces são do pior nessas merdas...
pois eu curto bué os meus jantares só de gajas. são hilariantes, gritemos mt ou pouco!
Olha, Kqualquercoisa, somos do pior e do melhor tb, qdo nos apecete! Bjs
sem tirar nem pôr, a mesma, é isso mesmo! :-D
Ah, as mulheres... tantas e tão poucas.
poucas mas boas! sorry t&v, hoje dá-me pra isto... bjs
pronto, agora que já dissemos mal do mundo feminino em geral, coisa em que somos especialistas, temos de reconhecer que no fundo somos lindas e maravilhosas e que temos sempre a capacidade de mudar as coisas. é só queremos e não darmos muita importância a merdas que não valem nada. nisso os homens são perito, há que admiti-lo.
(a pergunta sherlokiana - " a quem interessa a ideia de mulher competitiva e egoísta?" - da maray também faz algum sentido, faz pois...)
Ah!Ah! gosto mais desse ponto de vista!
E se formos realmente assim?Qual o problema?
O mundo masculino também não é esse mar de honra e lealdade tão cobiçado e elogiado pelas nossas congéneres;)!
Bom dia da mulher!
ser perfeito está nas virtudes que se tem, não em não ter defeitos...
:P
(disse alguém que não me lembro pq não consigo decorar nomes...)
Eu gosto de gajas. Sobretudo, das minhas amigas gajas.
A vida tem-me mostrado que somos mais fortes do que eles; que, na generalidade, possuimos uma força interior que eles não têm; que somos capazes de ser mais generosas; que insistimos em vez de desistirmos; que raramente causamos conflitos armados; que escutamos mais e melhor; que temos a capacidade de estar em dois locais ao mesmo tempo, a fazer coisas completamente díspares; que aguentamos um dia de trabalho duro depois de dormir apenas quatro horas...
Somos umas cabras, é certo. Mas também não se pode ter tudo e, sim, as gajas não são perfeitas :-))
D. Ema
As minhas amigas mulheres parecem-se muito com homens (não fisicamente...), isto deve querer dizer alguma coisa! ;)
E ainda bem que normalmente só tenho homens a trabalhar comigo...
Esta "discussão" já existe desde sempre, suponho, e acho que não vai levar nunca a lado nenhum...mulheres e homens são pessoas; uns melhores, outros piores, ou por outra, uns em dias maus, outros em dias bons...somos todos iguais...
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