Fim por SMS
"Comigo assim não dá", escreveu ela. "Como queiras", respondeu ele. No mundo moderno das SMS, acabaram assim, na véspera de ano novo. E nunca mais voltaram a falar. Ela porque só de pensar nisso lhe dá vontade de chorar, ele não se sabe bem porquê, porque, pura e simplesmente, desapareceu.
Mas tinha de ser assim. Afinal, eram quatro da tarde do dia 31 e ele ainda não se tinha decidido sobre onde queria ir passar o ano. Se com ela, não importava onde, se com os amigos de sempre, os mesmos de todos os anos, nalguma festa numa discoteca de betos, a beber champanhe francês e a comer tostas com caviar. Bom, decidir até já tinha decidido. Só não lhe tinha dito nada a ela. Por isso, a SMS foi um alívio. Resolveu-lhe os problemas de consciência e já nem precisou de inventar aquela pneumonia que o obrigaria a ir para casa da mãe na noite da passagem de ano (até porque aí ainda corria o risco de ela lhe ir bater à porta, disposta a servir de enfermeira e acabar por descobrir tudo). Assim foi fácil. Ano novo, vida nova.
Para ela também, embora continue a olhar para o telemóvel com o coração nas mãos sempre que recebe uma mensagem. Porque dois meses não se apagam da cabeça com uma bebedeira de ano novo. E muito menos uma vida virada do avesso, o ex-marido que nunca mais lhe perdoou, a ex-sogra que lhe jurou não sei quantas pragas, o cão que ficou com o ex, as fotografias da lua-de-mel na Madeira que se perderam nas mudanças. Ano novo, vida nova e mais um amor infinito guardado na gaveta dolorosa das memórias.
Mas tinha de ser assim. Afinal, eram quatro da tarde do dia 31 e ele ainda não se tinha decidido sobre onde queria ir passar o ano. Se com ela, não importava onde, se com os amigos de sempre, os mesmos de todos os anos, nalguma festa numa discoteca de betos, a beber champanhe francês e a comer tostas com caviar. Bom, decidir até já tinha decidido. Só não lhe tinha dito nada a ela. Por isso, a SMS foi um alívio. Resolveu-lhe os problemas de consciência e já nem precisou de inventar aquela pneumonia que o obrigaria a ir para casa da mãe na noite da passagem de ano (até porque aí ainda corria o risco de ela lhe ir bater à porta, disposta a servir de enfermeira e acabar por descobrir tudo). Assim foi fácil. Ano novo, vida nova.
Para ela também, embora continue a olhar para o telemóvel com o coração nas mãos sempre que recebe uma mensagem. Porque dois meses não se apagam da cabeça com uma bebedeira de ano novo. E muito menos uma vida virada do avesso, o ex-marido que nunca mais lhe perdoou, a ex-sogra que lhe jurou não sei quantas pragas, o cão que ficou com o ex, as fotografias da lua-de-mel na Madeira que se perderam nas mudanças. Ano novo, vida nova e mais um amor infinito guardado na gaveta dolorosa das memórias.
15 Comments:
Ah! as gavetas... as gavetas aguentam tudo.
São as vantagens das tecnologias!
Há uns tempos, tentei arrumar seis anos e muitas coisas da minha vida, assim.
Mas não resultou! Ele achou melhor rematar com uma entrada à força na minha casa!
As tecnologias tornam as coisas muitos mais... "limpas"!
Claro que há coisas que, depois, só o tempo resolve. Mas isso já são outras estórias...
Bjs!
Não concordo nada com o facilitismo das tecnologias, principalmente no que respeita ao fim de uma relação. Acho uma falta de respeito acabar uma relação desta forma. Tem de existir coragem, frontalidade e o tal respeito para se terminar uma relação olhos nos olhos. É o mínimo que se pode fazer!!
ai a guerra da custódia dos bichos...
Template novo, boa! :) E às vezes, por sms, quase se resolvem grandes problemas da Humanidade... ;)
Na volta esses dois meses é que realmente viersm pôr um ponto noutra história. A separação nunca é só daquele com quem estávamos, mas de tudo o que dele advem... Não concordo, de todo com sms's para resolver o que seja, no entanto, tb sei que muitas vezes o que não se diz magoa menos.
Gostei do novo cenário, embora não me sinta ainda muito em casa...
Feliz Ano Novo!
Modernices...
Ano novo, cara nova! ;)
T&V
Gostei muito da tua visita, que bom receber no nosso blog quem escreve tão bem...
(Cont.)
O teu novo visual ficou óptimo. Gosto muito mais assim e se queres que te diga já me sinto em casa!
gosto da nova fatiota. bom ano 2006 com muitas e boas palavras. Bjs.
Que fazer com as gavetas? Por vezes penso que já estão cheias ao limite...
Noutras sabe-me bem ir lá espreitar estórias antigas...
Epá, por SMS? Mau! Tá bonito, está. Beijos, minha jóia, adorei o post;)
Tão lucido!
POR SMS?
ASSIM ?
SEM MASI?
DOIS MESES?
O TIPO NÂO PRESTA!
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