quarta-feira, outubro 05, 2005

Reserva emocional

É indispensável. Ligamos-lhe quando estamos mais em baixo e precisamos de alimentar o ego, ou quando nos falta companhia para aquele jantar de amigos da faculdade que estão todos casados e cheios de filhos, ou para ir ao cinema, ver o último dos filmes piegas e cor-de-rosa, ou mesmo quando é preciso levar o carro à oficina porque está na altura da revisão anual...

As hipóteses são imensas e dependem dos dias e da vontade. Da vontade, sobretudo, porque na verdade não o queremos atrelado a nós a toda a hora e a telefonar de cinco em cinco minutos. Na verdade não o queremos. É um bom amigo, claro, mas quando falamos nele às amigas, dizemos "coitado, é um querido, mas falta-lhe ali qualquer coisa". E, no entanto, é imprescindível.

É a nossa reserva emocional, prontinha para actuar como pronto-socorro sempre que uma mulher precisa. Em alguns (muitos)casos, a reserva emocional é também uma espécie de reserva romântica: o tipo que, em caso de fim de uma relação ou falta de namorado há demasiado tempo, pode sempre ser chamado para o activo. E entretanto, deixamo-lo em armazém, muito bem acondicionadinho na prateleira do fundo.

Claro que não é coisa que se confesse a ninguém, e muito menos ao próprio, mas, mulher que não tenha um, que atire a primeira pedra.

16 Comments:

Blogger Aldino Brito said...

Conheço o outro lado do espelho e garanto-te que, mesmo que as mulheres não o confessem ao próprio, eles percebem-no bem - e prestam-se a isso por uns tempos, até o ego dizer que já chega.

Depois, quando (justa ou injustamente) se sentem "usados", tendem a afastar-se, magoados. E a mulher que perde a "reserva emocional" talvez perceba nessa altura que afinal havia ali mais "qualquer coisa"...

Complicado de gerir, não é?

2:12 da manhã  
Blogger Magnolia said...

Onde é que eu assino?

11:28 da manhã  
Blogger Sara MM said...

Toma lá uma pedra :o)
BJS

11:52 da manhã  
Blogger Margarida Atheling said...

Pois...

12:27 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

eu tenho, mas ele é gay.

2:37 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O pior é que mesmo sem o querermos, também não o queremos para mais ninguém. É egoísmo, puro e duro. Eu sei. Mas comigo é assim que acontece, afinal ele "é nosso".

6:04 da tarde  
Blogger sónia said...

Sei do que falas, é uma coisa estranha...mas, realmente, é muito verdade!

11:44 da manhã  
Blogger polegar said...

eu não tenho... mas já tive... acho que era gay e que era mais um objecto da minha fantasia que propriamente a minha reserva emocional... vidas...

5:12 da tarde  
Blogger Isa said...

Eu tb atiro a pedra.

Al, é exactamente assim mas vcs fazem exactamente o mesmo.

Teoria da camisola verde diz-te alguma coisa?

E já fui camisola verde de certezinha, lá está, sem o ouvir apenas sentindo.

Beijos.

8:50 da tarde  
Blogger Aldino Brito said...

Eu não disse que era santo, Isa, nem posso atirar pedras. Só disse que é muito complicado de gerir. Adiantando um pouco mais, acho que é simplesmente humano desdenhar aquilo que está à mão (às vezes a nossa melhor hipótese) e desejar aquilo que é - ou parece - inatingível (e que, muitas vezes, não vale nem um décimo do esforço que nós dispendemos).

Este post está muito lúcido, e a sua discussão (ou dissecação) dar-nos-ia pano para mangas.

Só uma dúvida: não conheço essa teoria da camisola verde, a sério.

10:17 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

eu tb não conheço a teoria da camisola verde...

11:14 da tarde  
Blogger mena said...

isa, agora tens de nos esclarecer: que raio de teoria é essa, da camisola verde???

2:27 da manhã  
Blogger Isa said...

Querido Al, n te acusei de nada. simplesmente contrapus tb para o lado masculino. N conheces a teoria da camisola verde? Imperdoável!!! ;-) N me interpretes mal, achava que já te tinhas cruzado com ela no meu blog. Beijos.

Bom, para n me acusarem de publicidade faço copy paste do post. desculpa o tamanho do comentário, t&v. Já agora, deixa-me dizer-te que gosto mesmo muito dos teus textos e sorry pelas conversas paralelas aqui com o Al.

Cá vai:

A TEORIA DA CAMISOLA VERDE

Bom, num acto de serviço público, caridade, eu diria, vou partilhar convosco, mulherio que me está a ler em particular e gajos em geral, a teoria da camisola verde.

Siguintxe: tu podes ser a camisola verde neste momento. Tu já foste a camisola verde. Tu já foste reduzida à última camisola do armário, aquela que não vestimos há 3 anos, TRÊS, mas que não deitamos fora porque não vá o diabo tecê-las e mais não sei quê que pode ser que um dia, um dia, nunca se sabe, vistas a camisola verde.

ORA, todos os gajos têm uma camisola verde no armário just in case de estar a apetecer-lhes um chamêgo e a camisola preferida está para lavar, a segunda não atende o telefone, a terceira tem um gajo novo, a quarta, a colega de escola que ficou atravessada, é casada e tem filhos, engordou 20 quilos e está um caco… E a última, ao fim de 9, NOVE, ou 7 ou lá o que é, uma para cada dia da semana, a que sobra, a de Domingo, ou pior, a de segunda-feira... És tu.

ORA, second best is not good enough, e muito menos a última da lista, tipo, não há mais ri-go-ro-sa-mente ninguém. Além disso, quando o cretino te telefona tu NÃO sabes em que número vai. Not good enough. Tu não mereces ter dúvidas dessas.

Brincamos ou quê? Eu não sei por vocês mas eu quero ser a camisola azul escura. A que pomos todos os dias a não ser quando é impossível. A preferida, a eleita. Aquela com a qual se quer ir para todo o lado e mais algum porque nós somos gajos e não temos de nos preocupar com o facto de ir de calças de ganga, ténis e t-shirt seja para onde for. Eu quero ser a camisola azul escura. Aquela que tiramos do estendal ainda húmida, está calor e ela seca entretanto, bastam umas horinhas dentro do carro. A que aquece nas noites traiçoeiras de frio de Verão. Nas noites de fim de estação. Aquela que dá para usar o ano inteiro, mais casaco menos camisa. Eu quero ser a camisola de fim de estação sendo que os anos passam a ter a fim de estação todo o ano, e os seguintes, para o resto da vida, no mínimo...

3:01 da tarde  
Blogger mena said...

faz sentido, a teoria da camisola verde. faz sim senhor. :)

11:34 da tarde  
Blogger Aldino Brito said...

Posto dessa forma, acho que não há hipóteses de discordar da "teoria da camisola verde"...

5:38 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

tenho esperanças de nunca ter sido a camisola verde de ninguém...mas se fui acho que nunca vou saber. mas confesso que tenho uma ou duas guardadas no meu roupeiro...

10:01 da tarde  

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