quarta-feira, agosto 04, 2004

A duas vozes

Ela

Não voltámos a falar-nos desde a última "conversa séria". Sinto a falta dos seus telefonemas diários mas mergulhei no trabalho e limito-me a não pensar. É mais fácil do que parece. Leio imenso, oiço as minhas músicas, hoje tive amigos em casa a jantar. Distraio-me a pensar nas férias, passo horas ao telefone com as minhas amigas maravilha que sabem que fiz o que tinha a fazer e que insistem em me dizer que estou melhor assim. Acabaram-se as lágrimas.

Ele

Acabaram-se os telefonemas diários e afinal nem me fazem tanta falta como isso. Até porque combinámos que acima de tudo ficamos amigos e por isso sei que quando me apetecer posso ligar-lhe à vontade. Já não me sinto oprimido, sempre a pensar que não podia estar com quem bem me apetecesse porque a estaria a trair. Por isso mesmo, tenho saído todas as noites, na minha, sem obrigações de mandar mensagens de boas noites. Quecas há muitas e nenhuma vale mais do que esta liberdade de as dar com quem me apetecer sem ser obrigado ao inevitável telefonema do dia seguinte. De vez em quando tenho saudades, admito, mas isto passa. Aposto que passa até ao final do verão.