Casa com vista para o Bairro
Um dia levou-me a ver a casa nova com vista para o Bairro. Era um jantar de inauguração, eu, ele e o novo colega de apartamento, e acabou por ser um jantar de revelações. Sem palavras, porque não era preciso. Porque só havia um quarto e uma cama e nas prateleiras havia fotografias dos dois abraçados numa qualquer viagem pela Europa. Nunca lhe perguntei porque escolheu aquela maneira de me contar e nem isso é o mais importante. Saí de lá furiosa, não com ele, mas comigo, que nunca me dei ao trabalho de pensar no que havia no outro lado, no que era aquele meu amigo de há anos, sempre tão misterioso com a sua vida, de quem eu gostava tanto e que, no entanto, me tinha assim passado ao lado. Lembro-me muitas vezes deste jantar quando me dá para filosofar sobre a amizade e sobre a quantidade de coisas que não sabemos sobre os amigos mesmo quando achamos que os conhecemos tão bem. Deste amigo gosto muito. Gosto de todos, mas com este, sempre directo e certeiro nas críticas, tenho uma ligação especial. Mesmo que ele não saiba disso. E hoje deu-me para as saudades.
7 Comments:
é bom que as coisas que não vemos, por que não queremos ou pq n conseguimos, resultem em coisas boas.
o pior é qdo passamos a ver as más...
o bom de tudo isso, depois da tormenta, é conseguirmos relacionarmo-nos com essas mesmas pessoas sem esperar mais do que isso mesmo, sem esperar uma coisa que elas simplesmente não são. e aceitá-las assim mesmo. bjs
Os amigos...são um assunto muuuuuuuuuito complicado! ;)
É sinal de que estamos vivos, não é? Que a nossa vida tem sido preenchida! Só assim se faz saudade! Beijos, riqueza!:) Á s vezes o facto de não sabermos tudinho não é dramático! Não precisa de ser, penso eu.
è dramático sim.
para mim que gosto de saber tudo é dramático.
E a um amigo não se esconde nada.
tenho dito.
Às vezes pensamos que conhecemos os nossos amigos.. :)
Pior ainda é descobrirmos que os nossos amigos não nos conhecem...
este blog tem alguma coisa a haver com terapia d casal?
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